quarta-feira, 24 de setembro de 2014

BORDA foi finalizado em 2012. São poemas escritos desde 2007. O primeiro contrato de edição, dezembro de 2012, fracassou alguns meses depois e eu, que ainda vivo a contradição entre publicar ou não publicar, pensei em desistir.

Me sinto muito satisfeita com o retorno dos leitores no facebook e no blog (hoje não passa de 150 visitas por dia mas já cheguei a ter 500).A certeza de que meus poemas são lidos e o que fui aprendendo com curtidas e compartilhamentos me fez saber o que o meu leitor considera como poema de qualidade. Me ajudou também a saber qual poema agrada qual tipo de leitor. É um exercício fantástico, coisa que um livro demora muito mais tempo para retornar. 
Mas o estigma de autora não publicada me perseguia e em outubro de 2013 Mariana Botelho, que é minha leitora mais próxima e critica fiel, me aconselhou a procurar Eduardo Lacerda. Poucos dias depois do livro enviado ele me manda a resposta "Gostei muito do seu livro, vamos publicar? Me senti exultante. Nem uma ressalva, só esse "vamos publicar?" Eu havia ascendido à categoria de autores publicáveis.  
Assinei o contrato em outubro de 2013 e a partir daí começou a espera. Espera e uma certa preocupação. Assisti uma reportagem em que ele mostrava a Editora Patuá em sua casa e contava como funcionava tudo. Eduardo Lacerda trabalha sozinho e recebe quase duzentos  originais para análise todo mês. Sabia que ia demorar. E demorou. Mas chegou.
Agora, em setembro de 2014, numa visita que ele fez a Belo Horizonte para um dialogo acerca de editoras  no Letras e Ponto ele confirmou meu lançamento para novembro. Foi só alegria.
Desde então sou só preparativos: prefácio, lugar, quantidade, estratégia de divulgação, convocação de amigos e parentes (rsrsrrs). Este blog é uma das estratégias mas vai haver e-mails, mensagens inbox e evento no facebook também. Estou tentando descolar com os familiares mais abastados os comes e bebes, mas ainda não sei como vai ser. 
Relendo tudo isto aqui penso no Galeano:

"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar."

Comecei a escrever em 2007, num caderno azul de capa dura que meu marido me deu durante uma internação de dois meses num hospital psiquiátrico. Era só catarse, agora vai ser livro. É ou não é um excelente caminho?

NSL

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