sábado, 20 de setembro de 2014

Meridiano

Para falar de borda, seria possível lembrar dela como é citada por Paul Celan, o poeta romeno erradicado em Paris. Para Celan o poema afirma "a beira de si mesmo", limítrofe entre sua afirmação e o desejo incessante de um chamar o outro, alcançá-lo em sua extremidade, a quem deve dedicar-se.

Prova disso é que Celan nega a morte vivida no holocausto e escreve em uma língua que não é sua, o alemão. Língua marcada por esse outro que é também o poema, traço do acontecimento indelével e incomunicável porém “cruzador de trópicos” na beira de um caminho impossível.
A poesia conforme o poeta romeno lembra no final de "O Meridiano" : “encontro a ligação, e como o poema, o que leva ao encontro. Encontro algo – como a linguagem – imaterial, mas terreno, terrestre, algo circular, que volta a si mesmo sobre os dois pólos até – alegremente – cruzar os trópicos – encontro... um Meridiano. 

O discurso de "Meridiano" está em "Paul Celan collected prose" Psychology Press , 2003 - 67 Páginas

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